Despertador do celular tocando, cinco e meia da manhã, acordando devagar com um frio horrivel, sanitário, banho, uniforme e botinas, cafezinho bem quente da hora no coador de pano, saio pela rua para encontrar o ônibus, sereno caindo com força, frio, muito frio, um motociclista passa rápidamente pela rua, quanta coragem para encarar o vento feito pela velocidade do deslocamento daquele veículo, enfim uma pessoa que não sente frio. O ônibus parado no ponto inicial e aos poucos os colegas vão se chegando, todos contorcerdo, mãos cobertas com luvas, tocas à cabeça e agasalhos por todo o corpo, um pequeno circulo se faz na ansia de aquecer-se uns aos outros; na conversa o tema como sempre é o dia da semana, sexta-feira, expediente até as dezesseis horas, fim de semana nas portas, uma moquequinha é toda discutida em seus temperos e no tipo de peixe a ser usado, alguns preferem moqueca capixaba, outros a bahiana, eu particularmente prefiro a moqueca da vovó, ou a moqueca campista com robalos de mais ou menos 600 gramas, alho, cebola, bastante tempero verde, tomates pelados e sem sementes, e o bom e velho pirão de farinha de mandioca, com uma pimentinha malagueta para esquentar o sabor e o aroma, mas ponha sempre a quantidade que você consegue suportar, pois a malagueta não é para brincadeiras.
Então o Chicão chegou e o velho buzão dá partida para o ultimo dia de trabalho desta semana.
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